


A escotilha emperrada
e eu sem ver o Mar
sem sentir seu aroma
seu brilho, seu calor
sua bruma.
Esta escotilha que emperrou
amarelou com o tempo
desgaste da maresia
e a omissão do meu socorro.
Eu a brisa e o Mar encapelado
e eu, sem ver ...o Mar
Lua cheia, Mar agitado
Vento de proa, minha cabeça
rodando, pensamentos á deriva
soçobrando na tempestade.
Escotilha a meia nau
e o navio adernando de bombordo
num mar encapelado
numa visão embassada
meu ângulo de visão
não via a linha do horizonte
só brumas, ventos e tempestades
Eeo barulho das ondas
quebrando no costados
ampliando a cerração.
Fundear para não encalhar
soltar as correntes
chuvas intensas castigam a nave
e eu sucumbo na casa de máquinas
fazendo água, sem poder
abrir a escotilha para respirar
sentir a vida que murmura
lá fora.
A cerração não deu visibilidade
e meu coração de súbito,
sentiu a calmaria da Lagôa
depois do Mar.
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